A partir do momento em que as construções são entregues, elas passam por exposições que de forma natural causam uma perda de desempenho, devido a ações de agentes de degradação.
As coberturas e fachadas das edificações são as grandes protagonistas desse ciclo existencial.
Devido a isso, para que as construções sejam mais duráveis, é preciso agir no planejamento e projeto, considerando as especificações que atendam a vida útil de projeto (VUP) necessária para cada sistema. E também, durante a fase de construção, a execução deve ser rigorosamente controlada para garantir que o projeto está sendo devidamente executado com os padrões de qualidade. E, por fim, as manutenções e ações de inspeções preditivas são fundamentais para que as construções possam apresentar maior durabilidade.
Porém essa “conscientização” da sociedade brasileira não é fácil. Sendo que algumas exigências precisaram ser feitas por normatização técnica e por força constitucional este poder foi acordado com a ABNT.
Para o caso das inspeções prediais, em maio de 2020, foi publicado a ABNT NBR 16747 (Inspeção predial – Diretrizes, conceitos, terminologia e procedimento)
A inspeção predial, objeto da norma, tem como objetivo constatar o estado de conservação e funcionamento da edificação, seus sistemas e subsistemas, de forma a permitir um acompanhamento do comportamento durante o tempo de uso da vida útil, para que sejam mantidas as condições mínimas de SEGURANÇA, HABITABILIDADE e DURABILIDADE.
As Inspeções e aplicam às edificações de qualquer tipologia, pública ou privada, para que seja feito um check up da edificação através de exames sensoriais, com registro das anomalias, falhas de manutenção, uso, operação e manifestações patologias identificadas nos diversos componentes de uma edificação, abrangendo:
SEGURANÇA: estrutural, contra incêndio e no uso e na operação.
HABITABILIDADE: estanqueidade, saúde, higiene e qualidade do ar.
SUSTENTABILIDADE: durabilidade e manutenibilidade.
O processo de inspeção predial é realizado através da seguinte metodologia:
– Levantamento de dados e documentações;
– Análise do material e informações coletadas;
– Anamnese para identificação das características construtivas, como idade, históricos de manutenção, intervenções, reformas e alterações de uso;
– Vistoria da edificação de forma sistêmica;
– Classificação das irregularidades: anomalias ou falhas;
– Recomendações das ações necessárias para restaurar ou preservar;
– Organizar as prioridades em patamares de urgência;
– Avaliação da manutenção, conforme ABNT 5674;
– Avaliação do uso;
– Redação e emissão do laudo técnico de inspeção e ART;